segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Lição 06: Uma Igreja não conivente com a mentira | 3° Trimestre de 2025-Prof. André Bernardo

 TEMA:  A IGREJA EM JERUSALÉM: Doutrina, Comunhão e Fé: A Base para o Crescimento da Igreja em meio às Perseguições.


Palavra-Chave: Mentira


A palavra mentira significa numa declaração ou afirmação que é intencionalmente falsa ou enganosa, feita com a intenção de iludir alguém. É a oposição da verdade.


Principais características da mentira:

 * Intenção: A pessoa que mente sabe que o que está dizendo não é verdade. A intenção é a de enganar, ludibriar ou esconder algo.

 * Falsidade: A declaração em si não corresponde aos fatos ou à realidade.

 * Engano: O objetivo é fazer com que outra pessoa acredite em algo que não é real.


Objetivos da Lição:
I) Apresentar a origem da mentira como uma estratégia de Satanás para enganar os crentes;

II) Mostrar que mentir é uma escolha moral e que todo crente deve rejeitar o engano;

III) Valorizar a santidade da Igreja e a necessidade de viver em verdade diante de Deus.


TEXTO ÁUREO

“Disse, então, Pedro: Ananias, porque encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?” (At 5.3)


VERDADE PRÁTICA

Como toda forma de engano, a mentira é pecado. Devemos, pois, andar sempre na luz da verdade.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 5.1-11


INTRODUÇÃO

Um casal, aparentemente despretensioso, achou que podia lucrar às custas da santidade da Igreja. Ao combinarem um ardil para enganar os apóstolos, Ananias e Safira estavam, na verdade, a serviço do Diabo, o pai da mentira. Nesta lição, aprenderemos que é possível um crente não vigilante estar a serviço do Diabo em vez de agir em favor do Reino de Deus. Foi exatamente isso o que aconteceu com Ananias e Safira tentaram obter lucro negociando valores do Reino. Como crentes não podemos usar de engano porque Deus sonda os corações. Cabe, portanto, a nós, nos afastarmos do pecado pelo temor do Senhor.


I- O DIABO, Ο ΡΑΙ DA MENTIRA

1- É da natureza satânica mentir. 

É notório a ação do diabo na alma daquele que dá legalidade a ele.

  • Motivado pela cobiça, pelo desejo de obter lucro fácil, Ananias deu lugar ao Diabo, que o levou a mentir.

Vejamos, Atos 5:3.

Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?


Vejamos as afirmações sobre o diabo.

  • Jesus afirma que o diabo é o pai da mentira. 

Vejamos, João 8:44

Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.


  • Satanás está por trás de toda mentira e engano. 

Vejamos, 2 Tessalonicenses 2:9,10

 a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira,

e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.

 

  • Paulo também evidência esse espírito de engano.

Vejamos, Atos 13:10

Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor?

 

2- A mentira como um ardil maligno. 

A palavra ardil significa em uma ação ou estratégia usada com astúcia e esperteza para enganar, iludir ou obter alguma vantagem, é uma armadilha.


A Bíblia revela em Efésios 4:27

Não deis lugar ao diabo.


Satanás não obrigou nem forçou Ananias a mentir, apenas plantou a semente do engano e da mentira em seu coração.


  • O casal subestimou o ardil do Inimigo que possui a capacidade de induzir a fazer a coisa errada.


É possível que o casal tenha flertado com a possibilidade de lucrar e ter fama fingindo estar fazendo a coisa certa.


  • Mas quando buscadas com a intenção errada, se tornam pecado.


3- Não superestime o Inimigo! 

A Bíblia nos orienta a respeito de duas coisas em relação ao inimigo.


  • Primeiro: Não podemos superestimar o inimigo. 

Vejamos, Colossenses 2:15

E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.

 

  • Segundo: Não podemos subestimar o inimigo.

Vejamos, Efésios 6:11 

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo;

 

O Diabo é meticuloso e trabalha metodicamente para enganar os cristãos.


II- O CRISTÃO E A MENTIRA

1- Mentir é uma escolha. 

Mentir é uma escolha que envolve a natureza moral.

  • Para haver responsabilidade moral é necessário que os nossos atos sejam feitos livremente, isto é, não estejam sob nenhuma força externa que nos obrigue a praticá-los.


  • Ananias e sua mulher, Safira, agiram livremente na questão envolvendo a venda de uma propriedade.


Vejamos, Atos dos Apóstolos 5:1,2 

Mas um certo varão chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade

e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos.


2- Atraídos pela mentira. 

Vejamos Atos 5:5

E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram.


Ananias e sua esposa quiseram obter vantagem com a negociação feita, mas sofreram implicações de suas decisões.


  • Viram nesse gesto uma oportunidade de obterem, além do reconhecimento, o lucro pelo patrimônio que fora vendido e, supostamente, doado.


  • Mas quem age de engano não prevalece.

 

Vejamos, Salmos 101:7 

O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos.


3- Mentir tem consequências. 

Ao agirem assim, Ananias e Safira não pensaram nas consequências de suas ações. 


  • O preço pago por essas ações foi muito caro custou-lhes suas próprias vidas.


  • Quantos crentes, muitos deles experientes, hoje lamentam por não terem levado em conta as consequências de suas ações?


Vejamos, Hebreus 10:30,31

Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.

Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo. 


III- A IGREJA QUE REPELE A MENTIRA

1- Uma igreja temente. 

O preço caro que aquele casal pagou por sua ganância, trouxe a igreja um grande temor.

A palavra temor possuí dois significados dependendo do contexto.


  • Temor de medo, apreensão, pavor.

  • Temor de reverência, respeito.


No contexto do capítulo cinco de Atos, esse temor trouxe à igreja um sentimento de reverência e respeito. 


  • Respeito pelos apóstolos 

  • Respeito pela obra realizada.

  • Respeito pelo Espírito Santo.

  • Referência ao Senhor Jesus.


O julgamento de Deus, além do fato de punir o pecado do casal, serviu para mostrar quão séria é a Igreja de Deus. Ninguém pode agir na Igreja de Deus da forma que achar mais conveniente, pensando que não estará sujeito ao julgamento divino.


Vejamos, Lucas 8:17 

Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz.


2- Uma igreja forte. 

Uma igreja santa, que trata o pecado como pecado e não arranja desculpas para justificá-lo, é uma igreja forte.


Vejamos, Atos:5:12

E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão.


Uma igreja fraca, anêmica por falta de disciplina espiritual e que aprendeu a tolerar o pecado em seu meio, torna-se inoperante.


Vejamos, 1 Pedro 1:15,16

mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, 

porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.


CONCLUSÃO

É possível um crente pecar e se acostumar com o pecado sem se arrepender. É possível que ele encontre até mesmo justificativas plausíveis para comportamentos notadamente pecaminosos. Contudo, uma coisa é certa: não é possível escapar do juízo divino. No caso da igreja de Jerusalém, o juízo divino veio de forma rápida e precisa. Contudo, em outros, como no caso de Corinto, o apóstolo Paulo cobrou uma ação enérgica por parte da igreja que havia se tornado tolerante em relação ao comportamento pecaminoso de um crente (1 Co 5.1-13). Em outra situação, Paulo deixou claro que Deus exerceu seu direito de juiz com aqueles que haviam pecado (1 Co 11.30-32). Fica o alerta: ninguém é capaz de enganar a Deus.


terça-feira, 29 de julho de 2025

Lição 05: Uma Igreja cheia de Amor | 3° Trimestre de 2025-Prof. André Bernardo

 TEMA:  A IGREJA EM JERUSALÉM: Doutrina, Comunhão e Fé: A Base para o Crescimento da Igreja em meio às Perseguições.


Objetivos da Lição:
I) Compreender como o amor se manifesta na comunhão cristã, promovendo a unidade e o crescimento da igreja;
II) Reconhecer a graça de Deus como a fonte do amor cristão;
III) Incentivar a prática da solidariedade cristã como expressão do amor.


Palavra-Chave: AMOR


TEXTO ÁUREO

“E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.” (At 4.32)


VERDADE PRÁTICA

O amor é o elo que mantém a unidade da igreja local. Sem o amor, não existe relacionamento cristão saudável.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 4.32-37

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos como o amor de Deus se manifesta numa igreja genuinamente cristã. Ele capacita a igreja a enxergar os mais necessitados e a buscar caminhos para que suas carências sejam atendidas. Esse amor, contudo, não é um mero sentimento humano. Em vez disso, ele é a expressão máxima da graça de Deus que foi derramada abundantemente nos corações daqueles que creem em Jesus. Somente através do amor de Deus o cristão aprende a ser solidário e generoso com aqueles que precisam ter suas necessidades supridas.


I- O AMOR MANIFESTADO NA COMUNHÃO CRISTÃ

1- O crescimento da Igreja Cristã. 

Atos 4:32

E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.


  • A Igreja que havia começado com 120 discípulos, agora é uma grande multidão.

Os desafios encontrados em uma igreja pequena, são os mesmos em uma igreja maior, o que muda são as proporções, por isso os propósitos devem ser bem definidos.


2- Os desafios do crescimento. 

Vejamos, Atos 6:7

E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé. 


  • Como essa igreja, que até pouco tempo não passava de um pequeno número, se comportaria com o novo formato adquirido?

Somente através do amor cristão a igreja pode manter-se unida.


  • Ela manteria a unidade em meio à complexidade?

Somente o amor poderia manter o elo fraterno entre os crentes.


  • Mas quem dá sustentação a esse amor é o Espírito Santo.

Vejamos, Romanos 5:5

E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. 


Quando uma igreja se fragmenta e se divide, isso significa que o egoísmo tomou o lugar do amor em algum ponto.


3- A vida interior. 

O Espírito Santo revestiu os crentes de poder para evangelizar, cumprindo a missão proposta e também para se manterem unidos. Sem o Espírito Santo não conseguiriam.


Vejamos, Atos 1:8 (Revestimento de poder)

Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra. 


Vejamos, Atos 4.32 (União interior)
E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.

II- O AMOR COMO MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA

1- A graça como manifestação do Espírito. 

Atos 4.33

E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.


O melhor ambiente para a manifestação dos dons do Espírito é em uma igreja onde o amor de Deus está presente.


  • Como é possível tornar realidade a manifestação do Espírito Santo na igreja?

Quando houver comunhão.

Quando houver amor

Quando houver perdão.


Vejamos, Mateus 6:14,15

Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;

Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. 


2- A graça como favor imerecido. 

Há ainda um outro aspecto da graça de Deus revelada neste texto: “em todos eles havia abundante graça” (At 4.33-E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.


  • Uma igreja dinâmica, que demonstra amor para com seu próximo e na qual o Espírito Santo se manifesta de forma abundante, é uma igreja que reflete a graça de Deus.


O apóstolo Paulo dá um testemunho da graça em sua vida.

Vejamos, 1 Coríntios 15:10

Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo. 


Somente a graça gera tamanho sentimento de gratidão.


III- A MANIFESTAÇÃO DO AMOR NA SOLIDARIEDADE CRISTÃ

1- A busca pela equidade. 

O Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa conceitua “equidade” como a “disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um”. Assim, diferentemente da igualdade, a equidade não enxerga as pessoas como sendo todas iguais e, por isso, busca formas de ajustar o desequilíbrio entre elas.


  • Logo, a igreja demonstrou ser sensível a essa realidade, procurando tratar dessa situação, sendo solidária com a situação dos menos favorecidos.


Vejamos, Atos 4.34

Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos.


2- Propriedade e compartilhamento. 

A igreja de Jerusalém vivia uma comunidade de compartilhamento, não de domínio. 


Os crentes mantinham a propriedade de seus bens, mas os disponibilizavam conforme a necessidade de cada um.


  • Vejamos testemunho de Maria, mãe de João Marcos. Ela também pertencia à igreja de Jerusalém e em vez de vender sua casa, a pôs a serviço da igreja, transformando-a em uma casa de oração onde a igreja se reunia.


Vejamos, Atos 12:12 

E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam. 


A prática da generosidade pode mudar de acordo com o tempo, lugar e circunstâncias; contudo, o princípio que a governa permanece o mesmo.


3- Um exemplo da voluntariedade. 

Lucas destaca que “os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos” (At 4.34-Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos.).


Vejamos, Atos 4.35-37

E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.
Então, José, cognominado, pelos apóstolos, Barnabé (que, traduzido, é Filho da Consolação), levita, natural de Chipre, 

possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos.


O critão que exerce a voluntariedade, não cobra, não requer nada em troca, não deseja aplausos. O povo da igreja de Jerusalém, deseja ver todos bem, servindo com alegria.

Havia uma consciência de pertencimento e, por isso, ninguém deseja ver o outro excluído.


CONCLUSÃO

Chegamos à conclusão de mais uma lição bíblica. Vimos como o amor de Deus, derramado nos corações da Primeira Igreja, mobilizou os crentes a socorrer os mais necessitados. Isso aconteceu de forma voluntária quando cada um, de acordo com suas posses, se prontificava a dar do que lhe pertencia. Não há igreja cristã verdadeira sem essa identificação com o outro. Ninguém pode fechar os olhos diante da necessidade alheia e se autointitula de cristão. O verdadeiro amor se realiza no atendimento da necessidade do próximo.


Lição 06: Uma Igreja não conivente com a mentira | 3° Trimestre de 2025-Prof. André Bernardo

  TEMA:  A IGREJA EM JERUSALÉM: Doutrina, Comunhão e Fé: A Base para o Crescimento da Igreja em meio às Perseguições. Palavra-Chave: Mentir...