Revista, 2° Trimestre de 2025.
Classe: Adultos
TEMA: E o Verbo se Fez Carne – Jesus sob o Olhar do Apóstolo do Amor
Comentarista: Pastor Elienai Cabral
TEXTO ÁUREO
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1.14)
VERDADE PRÁTICA
O Verbo de Deus inseriu-se na história, assumindo a forma de homem para redimir os pecadores.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 1.1-14
Objetivos da Lição:
I) Apresentar as informações introdutórias sobre o Evangelho de João;
II) Revelar o Senhor Jesus como o Verbo de Deus;
II) Explicar, tanto doutrinariamente como biblicamente, a manifestação do Verbo.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre, vamos estudar o Evangelho de João. Em comparação com os outros três Evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas), o de João destaca-se especialmente por centrar-se no ministério de Jesus em Jerusalém. O autor deste Evangelho, o apóstolo João, redigiu este valioso documento com a intenção de revelar a singularidade da natureza divina do nosso Senhor e, ao mesmo tempo, encorajar a fé dos seus discípulos. Que possamos também ser fortalecidos e inspirados na nossa fé em Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.
Palavra-Chave: Encarnação
Origem da palavra "Encarnação": deriva do latim "incarnatio", que significa "ato de tomar carne".
Significado: Refere-se ao processo pelo qual uma entidade espiritual ou imaterial assume uma forma física ou corpórea.
No contexto Cristão: No cristianismo, a encarnação é a transformação que o Verbo Divino realizou ao se fazer homem, habitando entre os homens.
I– O EVANGELHO DE JOÃO
1- Autoria e data.
Evangelho de João é o quarto livro do Novo Testamento e é considerado um dos quatro Evangelhos canônicos.
A palavra canônico tem origem no grego "kanon", que significa "regra" ou "norma". São considerados autênticos e autorizados, como os livros da Bíblia.
O Evangelho de João foi escrito em grego koiné, que era a língua comum do povo na época.
Autor do evangelho: Apóstolo João.
Confirmação da autoria: No próprio texto e nos escritos dos Pais da Igreja.
Data de escrita: Entre os anos 80 e 90 d.C.
Doutrina no evangelho: Apresenta uma doutrina genuína sobre a divindade de Jesus Cristo.
Expressões importantes destacadas no evangelho: "Verbo Divino" e "a Palavra que se fez Carne".
João 21.20,24
E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair?
Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
2- O propósito do Evangelho.
Um dos propósitos: Levar o leitor a crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, ao crer, encontrar a vida em seu nome.
João 20.31.
Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
Apresentação do evangelho: A primeira parte do primeiro capítulo do evangelho (João 1.1-14), conhecida como “prólogo de João”.
Prólogo: É um texto que antecede a parte principal de uma obra literária, como um livro. Ele serve para introduzir o leitor ao tema, apresentar personagens ou fornecer informações importantes para o entendimento da história.
Apresentação de Jesus: O evangelho de João, tem como objetivo apresentar Jesus como o Filho enviado de Deus ao mundo para fazer parte da história.
João 1.1.
No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
3- A Natureza de Jesus.
O Evangelho não só realça a divindade de Jesus como Filho de Deus, mas também discute a sua humanidade.
1-Dimensão divina de Jesus: O Evangelho de João sublinha claramente a divindade de Jesus.
2-Natureza humana de Jesus: O apóstolo também aborda a natureza humana de Jesus.
3-Discussão sobre a humanidade: Realça a humanidade de Jesus por meio da morte expiatória em favor dos pecados da humanidade.
4-Afirmação: Tanto a divindade quanto a humanidade de Jesus são afirmadas no Evangelho de João.
Confirmação da humanidade de Jesus em João 8.39,40;
Responderam, e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão.
Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isto.
Confirmação da divindade de Jesus em João 9.11.
Ele respondeu, e disse: O homem, chamado Jesus, fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé, e lava-te. Então fui, e lavei-me, e vi.
II – JESUS, O VERBO DE DEUS
1- A revelação que ultrapassa o passado.
Referência na Introdução do Evangelho: "No princípio era o Verbo" (João 1.1), faz uma possível referência ao Gênesis 1.1.”No princípio criou Deus os céus e a terra.”
O Verbo como Deus: João faz essa referência para mostrar que O Verbo é Deus "no princípio", com uma existência infinita, sem começo nem fim.
Portanto a existência do Verbo, é desde o princípio, o Verbo já existia com Deus, estava com Deus e é Deus (João 1.1).
2- A natureza fundamental do Verbo.
Eternidade do Verbo: Tal como Deus é eterno, o Verbo também é Eterno.
Descrição do Verbo em Apocalipse: O apóstolo João descreve o Verbo como “o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 1.8).
Descrição do Verbo no Evangelho de João: É apresentado como o “Logos de Deus”, a Palavra Encarnada que habita entre os homens.
Reconhecimento na história e adoração do Verbo: Jesus, como “Verbo encarnado”, é reconhecido por muitos e adorado como Deus.
Reconhecimento: João 20:28: "Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!"
Adorado: João 9:38: "Então, ele disse: Creio, Senhor! E o adorou."
3- “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1).
Significado do termo "logos": No grego do Novo Testamento, "logos" se traduz por "verbo" e significa "palavra".
Conceito de Logos: Traz a noção de expressão tanto da razão quanto da linguagem.
Compreensão do termo “Logos”: É relação com a maneira pela qual Deus se manifesta ao ser humano.
Jesus como o "logos" sublinha a crença de que:
Ele é a manifestação da sabedoria.
É manifestação da razão divina.
É a expressão perfeita de Deus em forma humana.
Implica que Jesus é a ponte entre Deus e a humanidade, trazendo luz e vida ao mundo.
III– A ENCARNAÇÃO DO VERBO
1- A manifestação do Verbo e a Luz do mundo.
Como João identifica Jesus? João identifica Jesus como o Criador de todas as coisas, mediado pelo Pai através do poder da sua Palavra (João 1.2,3).
Jesus é representado por João através da luz: João faz uma distinção entre luz e trevas (João 1.4,5), onde as trevas simbolizam a obscuridade espiritual provocada pelo pecado. Mostrando através do testemunho de João Batista, que Deus tinha enviado a Luz aos homens para sua salvação (João 1.6-8).
Quem é a Verdadeira Luz? A verdadeira Luz é Cristo, anunciado por João Batista, mas rejeitado pelos homens.
João 1.9-12.
Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.
Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome;
2- O privilégio de nos tornarmos filhos de Deus.
Deus ofereceu a todas as pessoas, independentemente da sua raça, etnia ou língua, a oportunidade de se tornarem “filhos de Deus” pela fé no nome de Jesus
Rejeição de Israel: Israel rejeitou a bênção da salvação através da obra do Calvário.
João 1:11 - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
A luz se manifestou para todos: A Luz manifestou-se para revelar o plano divino de redenção a toda a humanidade, tanto aos judeus quanto aos gentios.
Toda humanidade possui direito a Herança deixada por Jesus: Aos gentios foi assegurada uma herança de filiação divina através do amor do Pai.
1 João 3.1 - Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele.
Qual o privilégio adquirido através da herança deixada por Jesus? Como crentes em Cristo, temos o privilégio de sermos chamados “filhos de Deus”.
3- A manifestação e a habitação do Verbo.
O Verbo armou seu tabernáculo para viver entre nós.
Humanização de Deus: A frase “o Verbo se fez carne” sugere que Deus passou a viver entre os homens.
No contexto do Evangelho de João o termo "verbo": Possui uma conotação rica e profunda, além de qualquer conceito filosófico; Deus entrou na história (João 1.14-18).
Jesus habitou entre nós: Indica que “o Verbo armou seu tabernáculo, ou tenda, entre nós”.
Vejamos o anúncio do próprio Deus em querer habitar entre seu povo.
Zacarias 2:10
Exulta, e alegra-te ó filha de Sião, porque eis que venho, e habitarei no meio de ti, diz o SENHOR.
Vejamos a confirmação através do Verbo que se fez carne.
João 1:14
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Mudança na habitação de Deus: Antes, Deus habitava de forma limitada, numa tenda feita pela mão do homem, conforme (Êxodo 25:8), mas agora, Ele passa a residir entre nós, representando a manifestação plena da presença divina no mundo.
CONCLUSÃO
Nesta lição, tivemos a oportunidade de iniciar o estudo no Evangelho de João, mostrar a sua relevância e o seu objetivo na vida da Igreja. Observamos que a revelação sensível de Deus e a sua intervenção na história tornam o Evangelho de João uma obra única do Novo Testamento. Em João, entendemos que a Encarnação do Verbo trouxe luz plena àqueles que cressem. Assim, através da fé em Jesus, somos denominados e feitos “filhos de Deus”.
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