Revista 1° Trimestre De 2025
TEMA: A EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ – Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência.
Comentarista: Pastor Esequias Soares
INTRODUÇÃO
A identidade do Espírito Santo é revelada nas Escrituras desde o livro de Gênesis até o Apocalipse. É fato que a Igreja desde os dias apostólicos o reconhecia como Deus igual ao Pai e ao Filho. Essa deidade absoluta do Espírito Santo é revelada de maneira direta, nos seus atributos divinos e nas suas obras e funções pertencentes a Deus. Todos nós precisamos estudar e conhecer essa verdade bíblica, pois desde a antiguidade existem heresias sobre a Terceira Pessoa da Trindade. É sobre isso que vamos estudar na presente lição.
I- O CONSOLADOR
1- O outro Consolador (14.16).
João 14:16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;
A palavra “outro”, nesta passagem é, no grego, allos, e significa “outro”, da mesma natureza.
Então o Espírito Santo faz parte da mesma espécie e mesma qualidade que Jesus e Deus.
Se o Espírito fosse uma força ativa, impessoal, conforme o ensino equivocado das Testemunhas de Jeová, a palavra correta para “outro” seria heteros, que significa: “outro do usual, diferente”
Em resumo, o Espírito Santo possui a mesma essência, mesma substância, mesma natureza de Jesus, não sendo apenas uma força ativa. Jesus declarou que enviaria outro consolador igual, não diferente.
2- O Paracleto (16.7).
João 16:7 Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.
O termo grego paraklētos, significa “defensor, advogado, intercessor, auxiliador, ajudador”.
O Consolador é enviado pelo Pai em nome de Jesus para ensinar os discípulos e fazer lembrar de tudo o que o Filho ensinou e para testificar dEle.
João 15:26 Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.
3- Seu uso no Novo Testamento.
No novo testamento, o termo paracleto, que significa “Consolador”, é usado das seguintes formas no evangelho de João.
Consolador que estará para sempre com seu povo. (João 14:16)
Consolador que ensina o seu povo. (João 14:26)
Espírito de verdade que testifica do Pai. (João 15:26)
O Espírito que Jesus enviará. (João 16:7)
Além dEle o nome é aplicado ao Senhor Jesus e traduzido por “Advogado”.
1 João 2:1 MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.
II – SUA DEIDADE, ATRIBUTOS E OBRAS
1- Sua deidade.
A divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia de maneira que os nomes Deus e Espírito Santo aparecem sempre de forma alternada, tanto no Antigo Testamento como no Novo.
O Espírito Santo era reconhecido como Javé na vida de Sansão:
Juízes 15:14 E, vindo ele a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando; porém o Espírito do SENHOR poderosamente se apossou dele, e as cordas que ele tinha nos braços se tornaram como fios de linho que se queimaram no fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mãos.
Quando Sansão pecou e foi traído, o Espírito Santo já não estava em sua vida:
Juízes 16:20 E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou ele do seu sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei. Porque ele não sabia que já o SENHOR se tinha retirado dele.
Em resumo, no Antigo Testamento, o Espírito Santo é o próprio Deus, agindo, operando na vida do seu povo e dos seus escolhidos.
2- Seus atributos.
A divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia também nos seus atributos divinos, como acontece com o Senhor Jesus Cristo.
Ele é onipotente (Romanos 15.19).
Ele é a fonte de poder e milagres (Mateus 12.28; Atos 2.4; 1 Coríntios 12.9-11).
Ele é onipresente atributo incomunicável de Deus presente na Terceira Pessoa da Trindade (Salmo 139.7-10).
Ele conhece todas as coisas, até as profundezas de Deus (1 Coríntios 2.10,11);
Ele conhece o coração dos seres humanos (Ezequiel 11.5; Atos 5.3-9; Romanos 8.26,27)
Ele é conhecedor do futuro, onisciente (Lucas 2.26; João 16.13; Atos 20.23).
Ele é eterno, chamado de “Espírito eterno” (Hebreus 9.14).
3- Suas obras.
São inúmeras as obras de Deus efetuadas pelo Espírito Santo, vejamos algumas registradas na lição:
Ele gerou Jesus Cristo (Lucas 1.35),
Ele dá a vida eterna (Gálatas 6.8),
Ele guia o seu povo (Salmo 143.10; Isaías 63.14; Romanos 8.14; Gálatas 5.18),
Ele é o Senhor da Igreja (Atos 20.28)
Ele é santificador dos fiéis (Romanos 15.16; 1 Pedro 1.2).
O Espírito habita nos crentes (João 14.17; Romanos 8.11; 1 Coríntios 3.16),
Ele é o autor do Novo Nascimento (João 3.5,6; Tito 3.5),
Ele dá a vida (Ezequiel 37.14; Romanos 8.11-13)
Ele é o distribuidor dos dons espirituais (1 Coríntios 12.7-11).
Em resumo, estas obras divinas evidenciam a essência do Espírito Santo, sendo igual ao Pai e ao Filho.
III – HERESIAS ANTIGAS E NOVAS
1- As primeiras heresias.
O “Concílio de Nicéia” em 325 d.C. foi um encontro ecumênico, onde foi decidido sobre a natureza divina de Cristo, contra as heresias arianas a partir deste concílio, os adeptos do arianismo passaram a refutar a divindade do Espírito Santo, vejamos.
a) Os arianistas: Consideravam o Espírito Santo como criatura. Eunômio, um arianista mais radical, dizia que o Filho era o criador do Espírito Santo.
b) Tropicianos: Eram uma seita do Egito, diziam ser o Espírito Santo um anjo, ou seja um ser criado por Deus para agir na terra.
c) Pneumatomacianos: Esta seita foi criada depois dos Tropicianos, onde significava ser “opositores do Espírito”, negavam a divindade do Espírito Santo.
2- As heresias na atualidade.
O grupo religioso das Testemunhas de Jeová é seguidor da antiga linha teológica dos arianistas.
Dizem que o Espírito Santo é uma força ativa de Deus, sendo destacado em suas literaturas.
Gênesis 1:2 E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
Esse termo “força ativa de Deus”, anula a sua igualdade, mesma substância de Deus, torna apenas uma força criada, como os anjos.
3- O Espírito Santo em outras religiões.
Em algumas religiões no Oriente, a noção sobre o Espírito Santo é confusa, mas se aproxima do pensamento antigo desses heresiarcas, “de modo que nada há novo debaixo do sol”.
Eclesiastes 1:9 O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.
a) Uma crença estranha. Os intelectuais da religião islâmica, por exemplo, se apegam às palavras do Alcorão atribuídas a Jesus: “sou para vós o Mensageiro de Allah, para confirmar a Tora, que havia antes de mim, e anunciar um Mensageiro, que virá depois de mim, cujo nome é Ahmad” (61.6).
Qual a interpretação que fizeram?
Concluem equivocamente que Maomé é o Consolador prometido por Jesus, usando o texto de João 14:16, usando uma palavra (periklytós que não existe na bíblia para traduzir, onde deveriam usar a palavra grega correta parakletos que consta nos originais).
b) Resposta bíblica.
Jesus disse que o Consolador é o próprio Espírito Santo (João 14.26).
A promessa do Senhor Jesus é “para que fique convosco para sempre” (João 14.16). Trata-se de um ser que não morre, mas sim que vive para sempre, pelos séculos dos séculos.
Jesus disse também que o Consolador “habita convosco e estará em vós” (João 14.17) e que, “quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim” (João 15.26). Assim, o Espírito Santo testifica de Cristo, o nosso Senhor.
CONCLUSÃO
Vimos que a deidade e a personalidade do Espírito Santo estão presentes em toda a Bíblia de maneira abundante e tem sido crença da Igreja desde o princípio, por isso a relevância da defesa dessa doutrina. O Consolador é enviado pelo Pai, em nome de Jesus, para ensinar os discípulos e fazer lembrar de tudo o que o Filho ensinou e para testificar dEle. Não é possível uma força ativa e impessoal ser enviada em nome de alguém tendo tais atributos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário