INTRODUÇÃO
O apóstolo João, como judeu monoteísta instruído na sinagoga, não está apresentando um novo Deus, mas colocando o Verbo dentro da divindade dos seus antepassados. O apóstolo não admitia, em hipótese alguma, outra divindade, senão só, e somente só, o Deus Javé de Israel (Mc 12.28-30). Por isso, no prólogo do seu Evangelho ele descreve o Verbo com os atributos da deidade, aqueles que mais se destacam no seu relato do começo ao fim.
Palavra-Chave: Emmanuel
A palavra “Emmanuel” (ou “Emanuel”) significa "Deus conosco". É uma transliteração do hebraico “Immanuel”, composta por “Immanu” (conosco) e “El” (Deus).
Na Bíblia, o nome aparece primeiramente no livro de Isaías como uma profecia sobre o nascimento do Messias.
Isaías 7:14
Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.
No Novo Testamento, essa profecia é citada no Evangelho de Mateus, reforçando a ideia de que Jesus é a manifestação de Deus entre os homens.
Mateus 1:23
Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco.
I- A DOUTRINA BÍBLICA DA DIVINDADE DE JESUS
1- Jesus é Deus.
O Novo Testamento é direto quanto à natureza divina de Jesus:
João afirma esta verdade: “E o Verbo era Deus” (João 1.1);
Tomé, afirma esta verdade: “Ao que Tomé lhe respondeu: – Senhor meu e Deus meu!” (João 20.28);
Paulo afirma esta verdade:“mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo” (Filipenses 2.6)
2- Seus atributos absolutos.
Os atributos são perfeições próprias da essência de Deus. Os atributos absolutos ou incomunicáveis são exclusivos da divindade como:
Onipotência: Mateus 28:18
E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.
Onipresença:Mateus 18:20
Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.
Onisciência: João 1: 47, 48
Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo.
Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira.
Eternidade: Hebreus 13:8
Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente.
Mas existem ainda outros atributos de Jesus?
São os atributos comunicáveis, aqueles que Ele compartilha com a humanidade, refletindo o caráter de Deus em nós, incluem:
Amor: Jesus demonstrou amor incondicional: (1 João 4:8).
Bondade: Ele foi bondoso em todas as suas ações: (Salmo 86:5).
Misericórdia: Jesus mostrou misericórdia aos pecadores e aflitos: (Efésios 2:4-5).
Sabedoria: Ele possuía sabedoria divina e nos convida a buscar essa sabedoria: (Daniel 2:20).
Justiça: Jesus é justo em todas as suas decisões e ações: (Salmo 11:7).
Santidade: Ele viveu uma vida sem pecado: (Apocalipse 4:8).
Verdade: Jesus é a verdade e tudo o que Ele diz é confiável e infalível: (João 17:3).
II – A HERESIA QUE NEGA A DIVINDADE DE JESUS
1- Arianismo.
Os primeiros movimentos a negar a divindade, foram:
Ebionitas: Os ebionitas eram membros de uma seita judaico-cristã que surgiu nos
primeiros séculos do cristianismo, aproximadamente entre os séculos II e IV.
O nome “Ebionitas” deriva do hebraico “Evyonim”, que significa "pobres".
Eles acreditavam em Jesus como o Messias, mas rejeitavam a sua divindade e insistiam na observância da Lei de Moisés, incluindo práticas como a circuncisão e a celebração do sábado.
Monarquianismo dinâmico: O Monarquianismo Dinâmico é uma vertente do
Monarquianismo, uma doutrina cristã que surgiu nos primeiros séculos da Igreja. Essa corrente teológica enfatiza a unidade de Deus e rejeita a concepção tradicional da Santíssima Trindade.
O Monarquianismo Dinâmico argumenta que Jesus era um homem comum que recebeu o Espírito de Deus, tornando-se assim o Cristo.
A heresia principal que abalou os fundamentos da igreja foi o Arianismo.
O termo “arianismo” vem de Ário, o expoente dessa doutrina em Alexandria a partir do ano 318.
O que ele negava?
A divindade de Cristo.
Não considerava Jesus como Deus, mas como um deus pequeno.
Não aceitava a eternidade do Verbo.
Recusava que fosse Jesus eterno como Pai.
Palavra de ordem arianista era: “houve tempo que o Verbo não existia”.
2- Suas explicações.
Ário e seus seguidores pinçavam as Escrituras aqui e acolá em busca de algumas passagens bíblicas para dar sustentação às suas crenças.Vejamos as mais emblemáticas.
“O Senhor me criou no princípio dos seus caminhos”
Provérbios 8.22
O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e antes de suas obras.
“o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”
Colossenses 1.15
O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
“E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste”
João 17.3
E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
Os arianos, usam essas refutações, ignorando todo o pensamento bíblico que defende a eternidade e a divindade de Cristo.
João 1.1-3
1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio com Deus.
3 Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
3- Como solucionar a controvérsia?
Jesus é o primogênito de toda a criação, e não o primogênito de Deus. A palavra grega prototokos, “primogênito, primeiro, chefe”, foi usada pelos escritores sagrados com o sentido de importância, prioridade, posição, primazia e preeminência.
Colossenses 1.15-18
15 O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
16 Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.
17 E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.
18 E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.
19 Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse,
III – IMPLICAÇÕES DO ARIANISMO NA ATUALIDADE
1- A Tradução do Novo Mundo.
A exemplo do Arianismo, há um movimento religioso que usa a Bíblia fora do contexto por meio de uma versão exclusiva das Escrituras, denominada de Tradução do Novo Mundo. Trata-se de uma versão tendenciosa.
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (TNM) é uma tradução da Bíblia realizada pelas Testemunhas de Jeová. Ela foi publicada pela primeira vez em inglês em 1950 e a versão completa, incluindo o Antigo e o Novo Testamento, foi lançada em 1961.
A tradução é conhecida por sua tentativa de ser fiel aos textos originais em hebraico, aramaico e grego, e por usar uma linguagem clara e moderna.
A TNM passou por várias revisões ao longo dos anos, com a versão mais recente em português sendo lançada em 2015.
Veja alguns exemplos de suas falsificações:
“e a Palavra era um deus” (João 1.1)
“deus” com “d” minúsculo, visto que o texto correto é: “e a Palavra era Deus” ou “e o Verbo era Deus”.
Tito 2:13
Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo;
Nesta passagem vemos claramente a afirmação de que Jesus é Deus, não é um deus pequeno inferior, Ele é divino!
2- Os movimentos orientais.
Nenhum deles reconhece a divindade de Jesus e para os panteístas monistas não existe Trindade e nem Jesus. O movimento Hare Krishna, por exemplo, nega a divindade de Jesus e nem acredita que Ele seja o Salvador, pois vê o Senhor Jesus como um mero guia espiritual e uma das inúmeras encarnações de Krishna.
3- Outros grupos.
O Jesus do islamismo, em sua literatura o Alcorão”, apresenta Jesus com sendo um mero mensageiro, não possui divindade, não é Deus, não é filho de Deus, não é o Salvador e não morreu na cruz.
As religiões reencarnacionistas, quais são?
Hinduísmo.
Budismo
Sikhismo
Jainismo
Espiritismo
Tradições indígenas e religiões africanas
Todos recusam a deidade absoluta de Jesus, a sua ressurreição dentre os mortos e não reconhecem a sua singularidade. O Jesus que ele reconhece é apenas um médium ou um grande mestre.
No entanto, a Bíblia nos mostra que Jesus é muito mais, é Deus em forma humana.
Hebreus 7.26.
Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus;
Romanos 9.5.
Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, a conclusão bíblica é que somente Deus pode salvar, somente Ele é o Salvador (Isaías 45.21). Se o Senhor Jesus não é Deus, logo não pode ser salvador, então negar a divindade de Jesus é negar a salvação.
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